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LAI - Diversidade

Segundo matéria enviada pela professora Karine, diversidade caracteriza tudo que é diferente, que tem multiplicidade. É a reunião de tudo aquilo que apresenta múltiplos aspectos que se diferenciam entre si.
Quatro perguntas foram elaboradas pela professora para que houvesse respostas individuais e coletivas sobre as mesmas. Abaixo vou postar as perguntas e minhas respostas pessoais. Esta semana fui impossibilitado fisicamente de pode me reunir ou estudar em casa devido a uma doença que me acamou. Por essa razão estou ainda entrando nos eixos e não possuo informações sobre o que foi definido como resposta pelo grupo. Mas na aula de hoje esta matéria será levantada pela professora e teremos a oportunidade de debater o assunto. Então vamos as perguntas:

1. Qual a sua visão de mundo quando o assunto é diversidade?

Minha visão é de multiplicidade religiosa, cultural, educacional, sexual e étnica e financeira.

2. Que tipo de diferença entre as culturas lhe parece mais relevante?

A cultura ocidental e oriental são as mais relevantes.

3. Qual a forma de desigualdade lhe incomoda mais?

Na minha opinião, a desigualdade religiosa me incomoda mais.

4. O que representa o outro pra você?

Oportunidade de crescimento intelectual e social.

Segue abaixo matéria que a professora Karine disponibilizou via e-mail para entendimento do assunto em questão. Ele é de suma importância para fazer um mapa mental diferenciando os meios de diversidade nos âmbitos: individual, social e do trabalho.


OFICINA DE DIVERSIDADE- VEJA SEM RÓTULOS

  • Eu comigo mesmo

Assim como há uma descentralização das identidades sociais, houve também um descentralização na construção das identidades individuais. As identidades na contemporaneidade não são mais entendidas como determinadas exclusivamente por uma origem ou pertencimento social, mas por uma diversidade de opções. Ao contrário da modernidade, em que a identidade era definida pelo lugar que cada um ocupava, na sociedade contemporânea, a identidade pode ser entendida como uma “celebração móvel”, como define Stuart Hall, que o sujeito negocia a cada contexto. É o que se chama identidade situacional, identidades múltiplas que são usadas como recurso em contextos diferentes. Hoje estamos diante de um sujeito fragmentado, que se define em termos de diversas identidades culturais. Segundo Hall, num universo social múltiplo e fragmentado, a identidade muda de acordo com a forma como o sujeito é interpelado ou representado. A identificação não é automática, mas pode ser ganha ou perdida. O autor descreve esse processo como a “mudança de uma política de identidade para uma política de diferença”. A nossa identidade é, portanto, resultado de uma negociação conosco e com o mundo. Reconhecer e respeitar as diferenças internas dá amplos recursos para lidar com as diferenças fora de si mesmo, em contextos afetivos, religiosos, nacionais.

  • Eu com o mundo

Ser capaz de reconhecer e respeitar as diferenças e se colocar no lugar do outro a partir da relativização das próprias certezas e valores é um recurso indispensável para se inserir de forma ética e responsável numa sociedade multicultural. Casos recorrentes de preconceito e violência nas escolas, desde o ensino fundamental até o nível superior, são uma evidência da urgência de investir na crítica às discriminações naturalizadas baseadas em religião, raça, gênero, aparência, orientação sexual, classe econômica e todas as manifestações de atitudes excludentes no universo educacional. Modificar a visão de mundo dos alunos quanto à diversidade pode influenciar ainda o contexto familiar e social em que estão inseridos. Essa capacidade de identificar e refletir sobre preconceitos naturalizados é importante em todas as dimensões da vida. Um dos grandes capitais para a inserção bem-sucedida nas várias dimensões da vida social (afetivas, profissionais, criativas) é o desenvolvimento de uma escuta forte do outro em suas várias modalidades de expressão. O desenvolvimento dessa capacidade é a condição de uma formação de sujeitos sociais comprometidos com a vida coletiva e cidadã, isto é, menos autocentrados e individualistas, como os indivíduos que, segundo Bauman, predominam na contemporaneidade. O próprio conceito de cidadania deve ser aprofundado na sua dimensão histórica e cultural, ao longo do percurso, com foco específico na construção no contexto brasileiro. A educação não pode e não deve mais se restringir a conteúdos curriculares, mas incluir e enfatizar os valores da cidadania. Para isso, os exercícios das atividades pedagógicas devem focar em reflexões críticas e potencialização da escuta sobre diferenças e desigualdades nas práticas cotidianas, incluindo discussões sobre as múltiplas representações da diversidade nos discursos midiáticos.

  • Eu com o mundo do trabalho


Cada vez mais numa economia globalizada, as relações de trabalho exigem de um bom profissional que ele seja capaz de lidar com a alteridade. O estudante de hoje deve estar preparado para trabalhar em qualquer lugar do mundo. Ou mesmo com pessoas de outras culturas em seu ambiente de trabalho nativo. E isso é absolutamente enriquecedor. Por outro lado, o mundo do trabalho hoje está estruturalmente reconfigurado, exigindo novas estratégias por parte do profissional. Caracterizada por vários autores como a era capitalismo cognitivo, a contemporaneidade apresenta novos desafios para inserção no mercado de trabalho. A formação voltada para conhecimentos técnicos e específicos, que garantia a empregabilidade no mundo corporativo já não garante a segurança no trabalho. Hoje, para lidar com a instabilidade e a competição acirrada, o indivíduo precisar ser dotado de trabalhabilidade, ou seja, conhecimentos ampliados em múltiplas dimensões, que permitam que não dependa da estabilidade de um emprego formal e lhes dêem controle de sua vida e trabalho.
Entre esses conhecimentos, a dimensão humanista, a inteligência emocional, o saber lidar com a diversidade e a escuta do outro são primordiais. Esses são requisitos básicos para ser um profissional criativo, inovador e competente, tanto no contexto do empreendedorismo quanto nas grandes corporações multinacionais. Cada uma das três dimensões (eu comigo mesmo, eu com a sociedade e eu com o mundo do trabalho) alimenta a outra. Na medida em que o sujeito lida melhor com suas próprias alteridades, ou identidades situacionais, lida melhor com os outros e com as diferenças. A partir disso pode trabalhar melhor num mundo globalizado e, ao fazê-lo, seu repertório e a relação consigo mesmo. Conseguir articular essas três dimensões em torno do tema da diversidade amplia a possibilidade de unir prazer e realização pessoal a uma vida social rica, solidária e cidadã, assim como a uma bem-sucedida vida profissional. Articulação pode ser vista como um dos ganhos da reconfiguração do mundo atual.

 
 

 
 

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